SÍMBOLO DO TAI CHI TCHUEN
A história do tai chi chuan é considerada sempre sob dois aspectos: o lendário e o historicamente comprovado. Esses dois aspectos não se excluem necessariamente para a maioria dos professores propagadores dessa arte.
O aspecto lendário é, geralmente, encarado como uma metáfora para indicar o desenvolvimento dos princípios do tai chi chuan através da figura do taoista imortal Chang San Feng.
Historicamente comprovado, o criador do tai chi chuan foi Chen Wangting.
Existem indicações de que, durante a Dinastia Tang (618-906 d.C.), um eremita chamado Xu Xuan Ping desenvolveu uma arte chamada "os trinta e sete estilos do tai chi", também chamada de chang chuan (punho longo) ou chang kiang (rio longo).
Por volta da mesma época, um monge taoista chamado Li Dao Zi praticava uma arte denominada "punho longo primordial", semelhante aos trinta e sete estilos do tai chi.
Muitas das posturas dessas duas artes têm nomes semelhantes aos das atuais posturas do tai chi chuan.
O texto Guan Jing Wu Hui Fa (Método para se alcançar o esclarecimento através da observação da escritura), escrito por Cheng Ling Xi na época da Dinastia Liang (907-923 d.C.), no Período das cinco dinastias e dos dez reinos, é o documento mais antigo já encontrado a usar o termo tai chi chuan. Cheng Ling Xi foi discípulo de Han Gong Yue, que lhe ensinou sua arte, chamada "Os catorze estilos do treinamento do tai chi".
Chang San Feng (1247-?), que então vivia num templo taoista do monte Wudang, já teria desenvolvido uma arte conhecida como "Os trinta e dois estilos do punho longo de Wudang" e, posteriormente, criou "As treze posturas do tai chi", após observar uma luta entre um pássaro (grou) e uma cobra, quando constatou que a flexibilidade se sobrepunha à rigidez, compreendendo a prática da alternância entre o yin e o yang e outras concepções da natureza, que se constituem na base do que depois passou a ser chamado de tai chi chuan.
O sucessor de Chang Sangfeng foi o também monge taoista Taiyi Zhenren que, no final da dinastia Ming, difundiu a arte entre os discípulos do monte Wudang. Entre esses discípulos, encontrava-se outro monge de nome Ma Yun Cheng.
Ma Yun Cheng transmitiu a arte para vários discípulos célebres, entre eles Mi Deng Xia e Guo Ji Yuan, popularmente conhecidos como "os dois santos" e Wang Zhong Yue, que denominou essa arte de Wudang tai chi chuan e escreveu o Tratado de tai chi chuan, um dos clássicos do tai chi chuan.
Wang Zhong Yue transmitiu o tai chi chuan ao famoso mestre Zhang Song Xi, que depois o ensinou a Dan Si Nan, que veio a ter como discípulo Wang Zheng Nan, que se referia à arte de Wudang como uma arte interior, distinta das artes de Shaolin, que ele chamava de arte exterior.
Segundo os historiadores Tang Hao e Gui Liuxin, seguindo a origem a partir do fato histórico de que Yang Luchan aprendeu com Chen Changxing (1771-1853) do vilarejo de Chenjiagou, o Tai chi Chuan foi criado por Chen Wangting (1600-1680) na passagem da dinastia Ming para a dinastia Qing. Esta é a versão considerada oficial pelo governo chinês .
São cinco os estilos de Tai Chi Chuan reconhecidos como tradicionais pela comunidade internacional, cada um deles recebeu o nome da família chinesa que o criou, desenvolveu e transmitiu. Todos tem a mesma essência e seguem os mesmos princípios básicos, diferindo na forma.
Por ordem cronológica:
Ordenados por sua popularidade, considerando o número de praticantes, teríamos: Yang, Wu, Chen, Sun e Wu/Hao.
Atualmente encontramos referências a diversos outros estilos. Alguns deles são estilos hibridos ou derivados destes cinco estilos tradicionais.
Outros alegam ter sido praticados em segredo dentro de outras famílias ou em monastérios a partir das referências milenares taoístas que deram origem a esta prática, tornando-se de conhecimento aberto ao público há menos tempo.
Entre estes exemplos se inclui o estilo Wudang, referência ampla à prática de Tai Chi Chuan realizada ainda hoje nos templos da montanha de Wudang (não confundir com o estilo contemporâneo que tomou para si o nome de Tai Chi Chuan de Wudang).
Há também o que poderíamos chamar de Tai Chi Chuan estilo de Pequim, composto por Formas padronizadas pelo Governo Chinês, através do Comitê Nacional de Esportes da China, desenvolvidas exclusivamente para fins terapêuticos e esportivos. Hoje em dia muito popular não apenas na China mas em todo o mundo.
Os ideogramas que compõe a palavra Tai Chi Chuan significam:
- 太, Tai significa "o maior", "o mais alto", "supremo", "absoluto".
- 極 (ou 极, em chinês simplificado), Chi (ou Ji) significa, original e literalmente, a parte mais alta do telhado - "cumeeira".
- 拳, Chuan (ou Quan) significa Punho, aqui simbolizando "soco", "luta à mãos livres" (desarmadas), "boxe"
Portanto, algumas das possíveis traduções literais de Tai Chi Chuan são: "Punho da Suprema Cumeeira", "Punho do Limite Supremo" ou simplesmente "Punho do Tai Chi".
Como cada ideograma pode ter mais de um sentido, há outras formas de traduzir o termo além destas.
No Taoísmo, onde o Tai Chi Chuan teve sua origem, a "Suprema Cumeeira", ou "Limite Absoluto" tem a conotação filosófica de "Elevação", "Sublimação", "Purificação", resultante, entre outras, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos inferiores se transformam em outros que não o sejam.
O Tai Chi também simboliza o "Cosmo" e a interação, dos princípios energéticos Yin e Yang, em constante mutação, sendo conhecida a sua representação pelo Tai Chi Tu (Diagrama do Tai Chi), mais conhecido no Ocidente como o "Símbolo do Yin-Yang".
FONTE: TAI CHI CHUAN (WIKIPÉDIA)
FONTE: TAI CHI CHUAN (WIKIPÉDIA)